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Revolution torna a vencer líder Toronto FC, 2-1

2017 MLS Regular Season - Home - Match 30 - September 23 - Gillette Stadium - Toronto FC - Kamara, Kei - Goal Celebration - Win - 2-1

Com dois golos nos últimos oito minutos do jogo, o New England Revolution venceu, pela segunda vez em cerca de três meses, o Toronto FC, líder destacadíssimo da Conferência Este.


O golo de Kei Kamara, aos 86 minutos, deu a vitória, 2-1, ao treinador interino Tom Soehn na sua estreia no comando técnico da equipa, em jogo disputado no Gillette Stadium e presenciado por 19.302 espectadores.


Toronto entrou melhor

Como New York City FC empatara no jogo que terminara momentos antes do início deste encontro, Toronto sabia que a vitória iria permitir à equipa a conquista do prémio instituído à formação mais pontuada na MLS, o chamado ‘Supporters' Shield’. Por isso, a turma visitante entrou a mandar no jogo e a empurrar o Revolution para o seu meio-campo nos minutos iniciais da partida.


Mas, gradualmente o Revolution foi conseguindo sacudir a pressão e até conseguiu criar melhores situações de golo, que durante quase todo o jogo foram negadas por intervenções do guardião Clint Irwin.


A primeira grande oportunidade do Revolution surgiu aos 20 minutos. Kei Kamara conseguiu roubar o esférico a Justin Morrow, junto à linha lateral, na projeção da grande adversária visitante, caminhou em direção à baliza e depois cruzou rasteiro, mas Diego Fagundez chegou ligeiramente atrasado para fazer o desvio à boca da baliza.


Toronto conseguiu marcar no minuto seguinte, mas o árbitro, por indicação do seu auxiliar, não sancionou o lance porque Tosaint Rickets estava em posição irregular quando recebeu o passe de Nicolas Hasler.


E os visitantes tornaram a ameaçar, aos 28 minutos. Um excelente passe de Hasler colocou a bola à frente de Rickets, mas a bola tabelou em Chris Tierney e seguiu em direção da baliza do Revolution, valendo a estirada de Cody Cropper, que se esticou todo e com as pontas dos dedos evitou o que seria um autogolo.


O Revolution também esteve muito perto do golo, aos 35 minutos. E uma vez mais o perigo surgiu quando Morrow foi desarmado, desta feita por Teal Bunbury, que entrou na área e rematou forte, mas Clint Irwin saiu decididamente da baliza e conseguiu desviar. Gershon Koffie controlou o ressalto e rematou forte mas Irwin já estava colocado no seu lugar e segurou, sem dificuldade.


Toronto dá o primeiro aviso no segundo tempo

O primeiro lance digno de destaque no segundo tempo ocorreu aos 49 minutos. Victor Vásquez (7 golos, 16 assistências), o médio espanhol que fez a formação no Barcelona, cobrou um livre, ainda de fora da área, com um remate venenoso, mas Cody Cropper estava atento e conseguiu desviar por cima da barra.


O Revolution respondeu aos 53. Juan Agudelo recebeu a bola, de costas para a baliza, fez um compasso de espera e no momento certo soltou para Diego Fagundez, que entrou na área, mas estava pressionado e o remate saiu perto do segundo poste.


A equipa da casa teve mais uma oportunidade soberana para abrir o ativo, aos 62 minutos. O lance teve início novamente numa perda de bola, na intermediária adversária, com o passe de Kei Kamara a isolar Diego Fagundez, mas Clint Irwin tornou a salvar, pois saiu a encurtar o ângulo e desviou o remate.


Entrada de Lee Nguyen muda o jogo

Aos 64 minutos, Lee Nguyen, melhor marcador do Revolution (9 golos, 14 assistências) rendeu Teal Bunbury. E dois minutos depois, Xavier Kouassi rendeu Scott Caldwell, demonstração de que o Revolution estava mesmo decidido a tentar ganhar o jogo.


“Naquela fase, o jogo estava mais aberto e nós sabíamos que se conseguíssemos estar fechados eles iam abrir espaços, porque iam começar a fazer avançar os defesas. Por isso, sabíamos que o Lee podia ter impacto no jogo,” explicou o técnico Tom Sohen quando questionado sobre a substituição.


“E ele acabou por ter um impacto tremendo. Tenho que lhe dar todo o crédito por ter entrado no jogo em circunstâncias difíceis, e ele assumiu a liderança [da equipa].”


As mudanças finalmente produziram resultados, para o Revolution, aos 82 minutos. Um excelente passe de Chris Tierney encontrou Lee Nguyen desmarcado na área, que rematou de primeira. A bola tabelou num defesa de Toronto, mudou de direção, traiu Irwin e entrou junto ao primeiro poste.


Final frenético

Durou cerca de dois minutos a vantagem da equipa da casa. Aos 86 minutos, um passe de 40 metros do internacional norte-americano Michael Bradley encontrou Nicholas Hasley solto de marcação junto ao segundo poste. Com um toque subtil, o médio visitante desviou a bola para o fundo das malhas.


De imediato Soehn retirou Diego Fagundez, fazendo entrar Je-Vaugh Watson.


Mais dois minutos e novo golo, desta feita para o Revolution. Chris Tierney cobrou um pontapé de canto com um pequeno toque para Lee Nugyen, que se virou e cruzou largo, surgindo Kei Kamara, à saída da pequena área, a elevar-se melhor do que os centrais de Toronto e a cabecear fora do alcance de Irwin.


“O Chris [Tierney] reconheceu que naquela fase do jogo a única coisa que poderíamos fazer era colocar a bola dentro da área,” explicou Kamara quando lhe pediram para descrever o golo. “E eu tive a sorte de estar no momento certo, na altura certa.”


O golo permitiu anular a desilusão que o Revolution estava a sentir por ter consentido o golo do empate tão rapidamente e quase em cima do apito final.


“Temos que dar crédito aos nossos rapazes,” disse Tom Soehn. “Obviamente custa quando sofremos um golo assim tão rapidamente, mas eles responderam e não há mais nada que se possa pedir.”


“Foi duro, foi duro,” acrescentou Kamara. “Nós jogadores sabemos que quando marcamos um golo temos que estar preparados para os cinco minutos que se seguem, mas nós adormecemos um pouco e pagámos por isso. Mas conseguimos recuperar bem. Embora tenha sido algo que possa servir de lição, ao mesmo tempo foi uma boa recuperação e conseguimos os três pontos.”


Até final, a defesa do Revolution conseguiu suster a pressão de Toronto e preservar uma vitória que mantem a equipa na luta pelo último lugar de acesso aos play-offs.


Semana difícil

A destituição de Jay Heaps do cargo de treinador, na terça-feira, quando estava prestes a cumprir a sua sexta temporada à frente da equipa, apanhou todos de surpresa e criou um clima tenso e difícil nos dias que antecederam este jogo. Mas, o técnico interino Tom Sohen ficou totalmente agradado da forma como os seus jogadores responderam à situação e conseguiram bater aquela que tem sido a melhor equipa da MLS.


“Foi uma semana carregada de emoções para todos,” começou por dizer Soehn na conferência de imprensa pós-jogo. “Estou bastante orgulhoso do esforço da rapaziada. Quando olho para a forma como competiram e como se apoiaram uns aos outros e souberam defender, as grandes equipas são assim, e esta noite eu vi isso.”


“É difícil para todos,” acrescentou Kei Kamara. “Temos que dar imenso crédito ao Jay, pelo tempo que ele esteve aqui, como jogador e como treinador, por isso foi uma grande emoção ver alguém assim sair.


“Sabíamos quando entrámos neste jogo que não era apenas sobre o jogo, era sobre tudo. Por vezes é muito difícil, porque quando isso acontece ganhamos o jogo que se segue e isso reflete-se mal sobre o treinador que saiu. Mas, nós estávamos focados, faltam cinco jogos e por isso a única coisa que podemos controlar é ganhar os jogos. Foi uma exibição emocionante.”


“Obviamente foi uma semana difícil, ninguém podia prever isto, apanhou-nos de surpresa,” concluiu Lee Nguyen. “Mas, somos todos profissionais e isto é algo que acontece nesta atividade. Tivemos que nos unir e seguir em frente. Ainda temos a possibilidade de chegar aos play-offs, mas estamos também a jogar pelo nosso orgulho.”


Igualmente motivo de orgulho foi o facto de Lee Nguyen ter conseguido o golo número 50 da sua carreira.


“Não é fácil conseguir 50 golos, ainda menos conseguir 50 golos no mesmo clube, por isso é uma honra tremenda,” indicou Nguyen. “Vou refletir nisso depois do fim da temporada, vai ser algo que vou recordar e dizer ‘uau’. Vou desfrutar, mas agora temos que seguir em frente muito rapidamente porque temos um jogo já a seguir [quarta-feira].”


Saída decisiva a Orlando

A vitória deixou o Revolution a apenas quatro pontos do sexto lugar, último que dá acesso aos play-offs. Mas, o New York Red Bulls tem menos dois jogos disputados, pelo que a desvantagem ainda é considerável, especialmente porque o Revolution só tem mais quatro jogos por disputar, começando quarta-feira, em Orlando.


O motivo principal para a colocação da equipa na tabela classificativa, onde permanece no oitavo lugar, tem sido o rendimento fora de casa, pois o Revolution é a única equipa na MLS que ainda não registou nenhuma vitória em terreno alheio. Chegou a hora de mudar essa situação.


“Não podemos descansar depois desta vitória porque vamos ser obrigados a tentar fazer algo que ainda não fizemos este ano [ganhar fora de casa],” reconheceu Tom Sohen. “Vamos desfrutar desta vitória, mas temos que recuperar rapidamente e manter este tipo de mentalidade quando jogarmos fora de casa.”


“[A vitória] dá-nos um grande impulso para o que falta,” acrescentou  Nguyen. “Não foi fácil, [Toronto] é a melhor equipa da liga. Eles têm demonstrado capacidade para conseguir excelentes resultados fora de casa, por isso penso que estivemos bem, conseguimos segurá-los quase todo o jogo. Marcámos um grande golo, eles fizeram o 1-1, mas os rapazes mostraram uma grande capacidade de resistência e conseguimos mais uma vitória.”


“Neste momento estamos a viver um jogo de cada vez, foi isso que disse à rapaziada,” acrescentou Soehn. “Faltam quatro jogos, vamos desfrutar e vamos ser a melhor equipa possível.


“Vai ser um obstáculo difícil, fora de casa, algo que ainda não conseguimos, mas se aparecermos em conjunto gosto das nossas possibilidades.”


Para tentar incutir no grupo de trabalho um espírito de união que possa ajudar a superar as dificuldades que se esperam em Orlando, depois do apito final no jogo frente a Toronto, Sohen juntou os seus jogadores junto à linha divisória do terreno.


“Foi um momento tremendo,” salientou Sohen. “Não há muitos pontos altos como aquele, quando se consegue um resultado assim, especialmente numa altura em que precisávamos dele. Usámos aquele momento para refletirmos e para termos a certeza de que nos lembrarmos de como nos sentimos bem, para que o possamos repetir.”


O ideal seria que a repetição surgisse já quarta-feira.