Depois de ter sido o herói no jogo de quarta-feira, quando obteve o único golo da equipa no tempo regulamentar, concretizando ainda a grande penalidade decisiva que permitiu o apuramento para as meias-finais da U.S. Open Cup, Je-Vaughn Watson tornou a estar em destaque no sábado à noite ao obter o golo que permitiu ao New England Revolution derrotar o Chicago Fire, por 1-0.
Na presença de 21,872 espectadores, no Gillette Stadium, o Revolution conseguiu manter a sexta posição na tabela classificativa, preservando assim o último lugar de acesso aos play-offs.
Numa noite de muito vento, devido à tempestade que trouxe uma grande chuvada no início da partida, as duas equipas demoraram algum tempo a assentar o seu jogo, pelo que as situações de verdadeiro perigo foram escassas na primeira parte.
O primeiro lance de destaque ocorreu aos 10 minutos, quando Kelyn Rowe recebeu um passe de Lee Nugyen, à entrada da grande área adversária, e rematou com força, mas o guardião Sean Johnson estava atento e conseguiu desviar.
Dez minutos depois surgiu a melhor oportunidade do primeiro tempo, e novamente para os Revs. Kei Kamara conseguiu controlar um passe na esquerda, suportou a carga de dois adversários e depois encontrou Rowe na área adversária. Como estava marcado, este colocou no flanco esquerdo, onde surgiu Chris Tierney a cruzar tenso, para o primeiro poste, mas a emenda de Teal Bunbury saiu sobre a barra. Excelente oportunidade.
Dois minutos depois Rowe cruzou na direcção de Kei Kamara, no coração da área, este não conseguiu cabecear, seguindo a bola até Lee Nguyen, que rematou forte e colocado, mas Johnson lançou-se ao solo e segurou.
Ao intervalo o técnico Jay Heaps mostrou-se algo descontente com o desempenho da sua equipa.
“Temos de ser mais esclarecidos no terço final do campo, neste momento parece-me que estamos a trabalhar de forma independente e não como um conjunto” explicou Jay Heaps em declarações prestadas à CSNNE. “Temos de trabalhar em conjunto”.
Ao mesmo tempo, aproveitou para deixar um aviso aos seus jogadores.
“Eles [Chicago] têm bons jogadores e por isso temos de estar atentos e estar melhor quando tivermos a posse de bola, mas se a recuperarmos, estar compactos,” disse Heaps.
Chicago começa melhor na segunda parte
Após o intervalo, Chicago apareceu mais solto, mais virado para o ataque. Aos 49 minutos surgiram duas situações complicadas perto da baliza da turma da casa, primeiro num remate de David Accam, que foi desviado, seguido do cabeceamento de Kennedy Igboananike.
E o golo esteve perto de surgir aos 56 minutos. Num contra-ataque rápido, Accam cruzou rasteiro, surgindo Andrew Farell a tentar fazer o corte, mas a bater mal na bola e só não fez auto-golo porque Bobby Shuttleworth reagiu por instincto e evitou o golo com uma defesa espectacular.
Na sequência do pontapé de canto a bola tornou a rondar a baliza defendida por Shutttleworth, com o remate de Kennedy Igboananike a sair demasiado alto, pelo que o técnico Jay Heaps, obviamente nada satisfeito com a forma como o jogo estava a decorrer, fez entrar o jovem avançado Diego Fagundez aos 57 minutos, retirando o médio Scott Caldwell.
Revolution aumenta a pressão
Com o aproximar do final da partida, o Revolution foi aumentando a pressão e as situações de perigo começaram a surgir com mais frequência junto da baliza visitante. Primeiro foi o cabeceamento de Kei Kamara, a dar seguimento a um canto cobrado por Tierney, que saiu a rasar a trave, depois foi Lee Nguyen quem rematou rente ao poste direito.
Até que, aos 83 minutos, começou a sequência que iria resultar no único golo da partida. Teal Bunbury colocou em Fagundez, que atirou em arco, mas Johnson correspondeu com excelente defesa, a desviar a bola por sobre a barra. O canto seguiu até Fagundez, ainda fora da área, que rematou rasteiro e colocado, e Johnson tornou a evitar o golo, com novo desvio pela linha final. Desta feita Chris Tierney cruzou tenso, Johnson calculou mal o tempo de saída e isso permitiu que Je-Vaughn conseguisse desviar de cabeça para a baliza deserta.
“Eu estava bem posicionado, temos treinado [os cantos] toda a semana por isso eu sei onde é que o Chris [Tirney] vai colocar a bola e concentrei-me em colocar a bola no fundo das redes,” explicou Watson quando instado a comentar o golo. “Vi o guarda-redes sair, mas mantive os olhos na bola e desde logo reparei que ele não ia poder chegar aquela bola, e cabeceei para a baliza.”
Até final, Chicago procurou aproximar-se da baliza dos Revs, e Jay Heaps tentou segurar a vantagem. Assim, aos 88 minutos, Gershon Koffie, ausente desde 21 de Maio devido a lesão, substituiu Lee Nguyen e já no período de compensação Daigo Kobayashi rendeu Kei Kamara, estratégia que daria resultado pois os visitantes nunca conseguiram criar situações para anular a desvantagem.
“Foi uma boa semana para nós” – Jay Heaps
Na conferência de imprensa após o final da partida, o técnico Jay Heaps mostrou-se agradado com o resultado e o desempenho da sua equipa, pois na quarta-feira haviam jogado 120 minutos no jogo da taça, mas mesmo assim nunca deram tréguas ao adversário neste encontro.
“Foi uma boa semana para nós, sabíamos que [o jogo] ia ser muito trabalho, pois colocou à prova a quantidade do nosso plantel,” disse Jay Heaps após o final da partida. “Considerámos que foi bom ter ganho [um] ponto em Salt Lake City, e de seguida ganhar em casa, conquistar quatro pontos em dois jogos era crucial.”
“Este não foi o nosso melhor jogo, longe disso, as coisas não estavam a resultar no terço final. Senti que tínhamos o jogo [na mão]…o Sean Johnson fez duas ou três defesas fantásticas por isso tínhamos de continuar a lutar e por vezes encontrar um golo num lance de bola parada é a resposta.”
“Estamos satisfeitos, o treinador e os jogadores estão satisfeitos, penso que merecemos [ganhar o jogo],” acrescentou Watson, o herói da noite e da semana. “Eu sei que a rapaziada estava cansada e por isso estávamos a lutar, a lutar. Nunca desistimos, nunca lhes demos oportunidades, saímos sem sofrer golos e com os três pontos.”
Com este desaire, a série do Fire de jogos consecutivos sem ganhar fora de casa aumentou para 35. Curiosamente, estas mesmas duas equipas tornam a defrontar-se no Gillette Stadium, a 9 de Agosto, desta feita nas meias-finais da U.S. Open Cup.
No que se refere ao campeonato da MLS, o Revolution só torna a jogar a 31 de Julho, em Orlando City, com início pelas 19:30.